quarta-feira, 27 de novembro de 2013

~* Meus 20 anos

Sou tudo que os meus vinte anos me trouxeram. Sou uma coleção de erros, que se aglomeraram e construíram minha essência, minhas certezas, ideologias e caráter. Já fui a prepotência de pensar que sei tudo da vida, hoje eu sou a senhora só da minha razão. Aprendi, aos trancos, a importância da flexibilidade, porque a verdade é só um ponto de vista. Aprendi também a conjugar o verbo ceder, principalmente na primeira pessoa do singular e confesso que esse é um exercício diário. A cada dia aprendo mais e sei menos. Sempre que me aprofundo demais nas coisas, penso automaticamente na frase “a ignorância é uma bênção”. É mesmo. De longe tudo é tão mais bonito e nada dói. Mas sem a dor, talvez eu ainda fosse a garotinha de laço cor de rosa, no pátio do intervalo, tendo certeza que uma gota é o oceano. Eu já teria sido engolida pela imensidão que é viver. Há pouco tempo atrás eu estava planejando a minha vida adulta e, de repente, já não posso mais transferir minhas responsabilidades e culpas pra amanhã. E foi muito difícil conseguir me posicionar pro mundo. Pra todo mundo tão viciado em apontar o dedo, ignorar os acertos e te crucificar pelo resto da vida pelos erros, mesmo se forem pequenos. Já me apaixonei por caras desinteressantes e jurei que eram os amores da minha vida. Já acreditei em promessas absurdas, em absolutamente tudo que me era dito, porque nunca entendi a necessidade de mentir. Mas as pessoas precisam e é isso, não tem por que. Fiquei desacreditada. Foi complicado aprender a dizer “Não” e pareceu impossível prolongar a sentença: “Não, assim eu não quero. Isso não me faz bem, então não vou deixar que me faça mal. Tchau.” Depois ir embora ficou tão fácil, que a dificuldade era ficar. Virei impermanente. Tentei segurar as mãos de pessoas que tentavam segurar o mundo, fiquei sem forças, odiei a liberdade. De vodka em vodka, vazio em vazio, me vi abraçando o mundo também. Virei libertina. Com o mesmo discurso de desapego e vida breve que eu sempre detestei, mas começou a fazer muito sentido e me parecia muito justo levando em conta o gosto de cada lágrima que eu já senti. Voar não doía, viciei. E no céu, entre as nuvens, é muito fácil confundir valores, embaralhar as prioridades e se perder. Eu também quase me perdi. Amigo de balada não é amigo. Meus amigos de verdade são parte de mim e merecem o topo das minhas prioridades. Amores não são necessariamente pra sempre e quando acaba, não quer dizer que não deu certo ou que não foi amor. Histórias inesquecíveis e lindas podem ser curtas. Minha família é o meu chão, o bem mais precioso que eu tenho na vida. Não vale a pena se fechar pro mundo, porque as coisas boas são tão maiores que as ruins. Por fim, estou aprendendo que desapego é uma dádiva, de fato. Faz milagres, mas exige uma certa precaução e medida. A gente tende a querer desapegar de Deus e o mundo, quando deveria desapegar só do que faz mal. Felicidade não é uma utopia ou um amanhã que sempre fica pra amanhã. Felicidade é agora, é cada minuto com quem quer meu bem, quem tá do meu lado. Felicidade é ser quem eu sou, quem eu me transformei, em meio à tanta esquina errada e gente querendo me puxar pra trás. Hoje eu sou livre. E não estou me referindo à status de relacionamento não. Sou livre porque me despi dos meus medos, das minhas culpas e armaduras. Porque me desculpei por não ser perfeita e parei de me cobrar isso. Sou livre pra escolher meu destino, mudar de opinião e me reinventar sempre que achar necessário. Sou livre e aceito as minhas consequências, porque aprendi a ter e viver meus vinte anos.

~* O vazio pesa toneladas

Ninguém sabe mas eu luto todos os dias. Pra não acabar virando pequena, medíocre, covarde, egoísta, hipócrita... pra não virar um monstro, criação dessa gente toda que eu sempre abominei. Deus me livre. E que Ele também enfraqueça todos os meus impulsos de pagar na mesma moeda suja, fazer o mesmo jogo baixo por uma vitória vazia, é só o que eu peço, baixinho. Sou metida a dona da verdade, senhora da razão, chamem como soar mais bonito, eu sei, sou mesmo. Mas procuro apontar o dedo pra mim com muito mais julgamentos do que pra qualquer outra pessoa. A mudança começa na gente, eu sempre soube, mas me controlar é difícil até pra mim mesma. Não faz muito tempo, andei reparando que eu abaixei a guarda sem perceber, me distraí, me rendi sem querer. Estava muito mais próxima do que eu tenho horror do que das coisas que eu sempre lutei a favor e não sei em que momento exatamente essa transição aconteceu, mas fico feliz por ter percebido a tempo. Me concentrei tanto em táticas e equipamentos de defesa cega, de tudo e de todos, que acabei me deixando corromper. Quem roubou minha coragem, minha natureza de dar a cara a tapa, eu acho que nunca vou saber... Mas sei quem me fez olhar bem fundo no espelho e repensar se era aquela imagem refletida que eu queria ser, que eu construí, que eu admiro. Hesitar foi a pior resposta que eu poderia ter tido. Sou forte, novas feridas já não sangram, mas e aí? Estou cinza. Minha força nunca foi essa, nunca foi bruta. E a partir de hoje eu vou dar início ao processo de enfraquecer. Porque ser assim, não sendo, não vale a pena. Vou procurar um meio termo, uma posição saudável, não sei. Mas não sentir dor também dói, porque aqui dentro fica tudo oco e o vazio pesa toneladas. Não sentir não me pertence, porque depois de estar dos dois lados eu tive certeza que as minhas crenças e ideologias de antes, puras e anteriores a todo o sangue derramado, eram quem eu realmente sou e o que eu acredito. Isso aqui agora é só cara de mau pra me poupar de tudo que eu viveria de peito aberto, se fosse ontem. Então chega de corpo, mente e alma fechados. Vida, vem cá, que eu voltei!

terça-feira, 1 de outubro de 2013

~* Meu Desequilíbrio não me deixa cair!

Eu não sei equilibrar as emoções. Não sei ser como todas as pessoas seguras de si quanto ao ontem, hoje e o amanhã. Muitas noites eu perco o sono passando pelos três tempos, e tudo isso só para aceitar que tudo o que tenho é o agora. O meu “eu te amo” é sempre além das palavras e eu falo já com o tom de voz me desculpando por não saber dizer do tamanho exato que é. O meu abraço é de quem não quer soltar. O meu drama é dramático, porque redundante também é um traço de mim. Já me desculpo por tudo isso e talvez até pelo que ainda não sei que sou, mas está aqui adormecido. E me desculpo porque não quero passar a vida carregando comigo o peso de querer ser quem não sou. O meu desequilíbrio não me deixa cair.

~* Engatando a primeira no coração!

Tentar outra vez o mesmo amor. Quem já não caiu nessa armadilha? Se ele também estiver sozinho, é sopa no mel. Os dois já se conhecem de trás pra frente. Não precisam perguntar o signo: podem pular esta parte e ir direto ao que interessa. Sabem o prato preferido de cada um, se gostam de mar ou de montanha, enfim, está tudo como era antes, é só prorrogar a vigência do contrato. Tanto um como o outro sabem de cor o seu papel. Porém, apesar de toda boa intenção, nenhum dos dois consegue disfarçar o cheirinho de comida requentada que fica no ar. O motivo que levou à separação continua por ali, escondido atrás do sofá, e qualquer hora aparece para um drinque. O fim de um romance quase nunca tem a ver com os rompimentos de novela, onde a mocinha abre mão do amado porque alguém a está chantageando ou porque descobriu que ele é, na verdade, seu irmão gêmeo. No último capítulo tudo se esclarece e a paixão segue sem cicatrizes. Já rompimentos causados por incompatibilidades reais não são assim tão fáceis de serem contornados. Toda reconciliação é precedida por uma etapa onde o casal, cada um no seu canto, faz idealizações. As frases que não foram ditas começam a ser decoradas. As mancadas não serão repetidas. As discussões serão evitadas. Na nossa cabeça, tudo vai dar certo: o roteiro do romance foi reescrito e os defeitos foram retirados do script, ficando só as partes boas. Mas na hora de encenar, cadê o diretor? A sós no palco, constatamos que somos os mesmos de antigamente, em plena recaída. Se alguém termina um namoro ou casamento, passa um tempo sozinho e depois resolve voltar só por falta de opção, está procurando sarna pra se coçar. Até existe a possibilidade de dar certo, mas a sensação é parecida com a de rever um filme. Numa segunda apreciação, pode-se descobrir coisas que não haviam sido notadas na primeira vez, já que não há tanta ansiedade. Mas também não há impactos, surpresas, revelações. Ficamos preparados tanto para as alegrias como para os sustos e, cá entre nós, isso não mantém o brilho do olho. Se já não há mais esperança para o relacionamento e tendo doído tanto a primeira separação, não há por que batalhar por uma sobrevida para a dor também. É melhor aproveitar esta solidão indesejada para namorar um pouco a si mesmo e ir se preparando para o amor que vem. Evite a marcha a ré. Engate uma primeira neste coração.

~* Reconquistar...

O amor não morre. Ele se cansa muitas vezes. Ele se refugia em algum recanto da alma tentando se esconder do tédio que mata os relacionamentos. Não é preciso confundir fadiga com desamor. O amor ama. Quem ama, ama sempre. O que desaparece é a musicalidade do sentimento. A causa? O cotidiano, o fazer as mesmas coisas, o fato de não haver mais mistérios, de não haver mais mesmices: mesmos carinhos, mesmas palavras, mesmas horas... o outro já sabe! Falta magia. Falta o inesperado. O fato de não se ter mais nada a conquistar mostra o fim do caminho. Nada mais a fazer. Muitas pessoas se acomodam e tentam se concentrar em outras coisas, atividades que muitas vezes não tem nada haver com relacionamentos. Outras procuram aventuras. Elas querem, a todo custo, se redescobrir vivas; querem reencontrar o que julgam perdido: o prazer da paixão, o susto do coração batendo apressado diante de alguém, o sono perdido em sonhos intermináveis e desejos infinitos. Não é possível uma vida sem amor. Ou com amor adormecido. Se você ama alguém, desperte o amor que dorme! Vez ou outra, faça algo extraordinário. Faça loucuras, compre flores, ofereça um jantar, ponha um novo perfume... Não permita que o amor durma enquanto você está acordado sem saber o que fazer da vida. Reconquiste! Acredite: reconquistar é uma tarefa muito mais árdua do que conquistar, pois vai exigir um esforço muito maior. Mas... sabe de uma coisa? Vale a pena! Vale muito a pena!

~* Sem nenhum rumo em mente

Se eu pudesse escolher, é claro que não estaria ali. Só que eu nem sei onde estaria, e o primeiro lugar que me vem à tona não é exatamente um lugar, e assim percebo que na verdade não tenho nenhum rumo em mente. Nem pra onde ir, nem o que fazer, e nem quem procurar. Tudo que eu faço achando que é por amor, é uma busca por prazer, é para me sentir vivo. O prazer é a trégua da minha agonizante guerrilha existencial.

~* Deixando passar...

Se gosta mesmo de mim, me liberta. Agora não tem mais porta aberta, a gente precisa se desligar. Você não se acostuma com a ideia de me perder de vez, mas eu posso te garantir que a gente é capaz de se acostumar com qualquer dor ou absurdo. Você que me ensinou. Um dia você vai se arrepender, eu já conheço as voltas do mundo. Mas se a vida for realmente justa, eu vou estar numa bem melhor e você vai ser sempre passado, lembrança. Cansei de ficar parando meu tempo pra tentar ajustar o seu. Agora vou parar você, pro meu tempo andar. E se a saudade é o preço a se pagar, tá feito. Saudade é pouco comparada a essa dor no peito. Vou deixar passar.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

~* Prefiro o que queima e marca

Ser morno é caminhar em cima do muro, é esperar o tempo passar sem passar pelo tempo. Ser morno é segurar a cintura dela com a mão frouxa, é fazer sexo sem entregar-se até colocar fogo no colchão. Ser morno é desejar coisas medianas e saciar a vontade com coisas menores ainda. Ser morno é fazer strip-tease pela metade, penetrar pela metade e amar pela metade. Ser morno é não deixar nenhum estilhaço cravado no mundo. Por mais masoquista que pareça, prefira aquilo que queima e inevitavelmente marca – essas são as coisas que, no futuro, te farão olhar pra trás e constatar que a vida valeu a pena.

~* Somos para sempre!

A gente não se beija nem nada, mas quando vai ver pegou na mão um do outro de tanto que se gosta e se cuida e se sabe. Mas evoluímos para esse amor que nem sei explicar. Ele me conta das meninas, eu conto dos caras. Eu acho engraçado quando ele fala “ah, enjoei, ela era meio sem assunto” e olha pra mim com saudade. Ele também ri quando eu digo “ah, ele não entendeu nada” e olho pra ele sabendo que ele também não entende, mas pelo menos não vai embora. Ou vai mas sempre volta. Não temos ciúmes e nem posse porque somos pra sempre. Ainda que ele case, more na Bósnia. Somos pra sempre.

sábado, 27 de julho de 2013

~* Entre Tapas e Beijos

A gente vai brigar, claro que vai. Vou até dizer que te odeio, que você foi a pior coisa que aconteceu na minha vida. Até falarei que não quero mais você; vou embora dizendo que acabou, que jamais irei voltar. Mas, você sabe, mais do que ninguém que eu sempre acabo voltando. Porque, por mais que a gente brigue, por mais que a gente se odeie, em primeiro lugar, nos amamos.

~* Sempre estarei dentro de você

Você ainda vai dizer pra todo mundo que um dia conheceu alguém que te amou mais que a própria vida. Vai contar como ela te fazia bem, e seus olhos se encherão de lágrimas. Vai dizer com um sorriso no rosto e a cabeça meio baixa que o sorriso dela era lindo, vai suspirar ao contar do perfume dela, que insistia em ficar na sua roupa. Vai pegar o celular e ver o número dela e dizer que já tentou ligar e dizer que sei lá, “sentia falta”, mas não conseguiu. Vai dizer que os seus dias estão vazios sem ela, que desde que você deixou ela ir já não são os mesmos. Vão te perguntar se você ainda a ama, e você não vai responder, apenas irá sorrir. No final do dia irá pra sua casa com um aperto no coração, pois tinha jurado de pés juntos que jamais falaria nela de novo. Porque cara, não adianta, ela vai voltar, mas não pro seu lado, mas pra dentro de você, e vai sair em forma de lágrimas ou sorrisos.

~* Coração aberto

O dia que eu não chorei talvez tenha sido o dia mais atípico da minha vida. Sou do tipo que chora até com filme de comédia, mas nesse dia não me escapou nenhuma lágrima involuntária. E eu senti que era o começo e, principalmente, o fim de muita coisa. Senti o estômago embrulhado e um nó na garganta, tudo muito familiar, exceto pela ausência do gosto do sal na boca. E, pela primeira vez, senti que era inútil pensar, repensar, perder noites de sono tentando solucionar o que não dependia só de mim. Se eu já disse o que devia ser dito uma vez, pronto, é isso, é a minha posição. Não vou ficar repetindo com argumentos convincentes, como quem defende uma tese e espera por aprovação. Senti que qualquer esforço não fazia sentido, porque eu acho que não vale pedir pra ficar, sabe? Tenho mania de achar que tem coisas que só tem valor se forem espontâneas, de coração e isso tá no topo da lista. Se eu amo alguém, eu nem cogito a possibilidade de ir embora. Desistir é coisa de gente que gosta pouco e tentar inverter uma situação assim é coisa de gente que não se gosta. Minha mãe diz que eu sou muito coração aberto e eu acho que isso define tudo muito bem. Porta aberta pra entrar, escancarada pra sair. E eu vou ficar bem. Sempre fico.

~* Coração aberto

O dia que eu não chorei talvez tenha sido o dia mais atípico da minha vida. Sou do tipo que chora até com filme de comédia, mas nesse dia não me escapou nenhuma lágrima involuntária. E eu senti que era o começo e, principalmente, o fim de muita coisa. Senti o estômago embrulhado e um nó na garganta, tudo muito familiar, exceto pela ausência do gosto do sal na boca. E, pela primeira vez, senti que era inútil pensar, repensar, perder noites de sono tentando solucionar o que não dependia só de mim. Se eu já disse o que devia ser dito uma vez, pronto, é isso, é a minha posição. Não vou ficar repetindo com argumentos convincentes, como quem defende uma tese e espera por aprovação. Senti que qualquer esforço não fazia sentido, porque eu acho que não vale pedir pra ficar, sabe? Tenho mania de achar que tem coisas que só tem valor se forem espontâneas, de coração e isso tá no topo da lista. Se eu amo alguém, eu nem cogito a possibilidade de ir embora. Desistir é coisa de gente que gosta pouco e tentar inverter uma situação assim é coisa de gente que não se gosta. Minha mãe diz que eu sou muito coração aberto e eu acho que isso define tudo muito bem. Porta aberta pra entrar, escancarada pra sair. E eu vou ficar bem. Sempre fico.

~* Homem adora um desafio!

Ele não ligava, nem mandava mensagem durante semanas. Mas tinha uma mania sacana de aparecer quando ele já estava quase desaparecendo da minha cabeça. Era carência, estava na cara – e faltava vergonha na minha, porque eu sempre acabava cedendo. Não me dava valor e ainda ficava indignada por ele não dar também. Eu aceitava ser a última opção e ainda tinha a cara de pau de espernear e choramingar por aí usando a maldita frasezinha clichê de que nenhum homem presta. Claro que ele não ia prestar, pra que prestar com alguém que transpirava falta de amor próprio? Ninguém ama quem não se ama, ninguém respeita quem não se respeita – doloroso, mas verdadeiro. E quando você não está na onda de ser amada, está tranquilo – um supre a carência com o outro e fim de papo. Mas eu tava afim de sentimento, tava super na onda de mãozinha dada e ligação de madrugada só pra ouvir um “Estava pensando em você”. E claro que ele não ligava, a gente quase sempre só pensa antes de dormir em quem causa aquele nervosinho de incerteza dentro do nosso peito – e eu tava sempre ali, um poço de certezas, não tinha porque ele pensar. Muito menos ligar. E foi ai que eu mudei. Parei de aceitar o último pedaço de bolo, se o primeiro pedaço não fosse pra mim, eu simplesmente ia embora da festa – não me servia mais. E olha só que mágico, ele nunca me chamou pra tantas festas nunca vi alguém me oferecer tantos pedaços de bolo – a mágica só não foi tão boa porque eu simplesmente não queria mais. Não queria mais a mágica, não queria mais bolo, não queria mais ele. Quando a gente passa a se valorizar a gente consegue enxergar nitidamente quanto os outros valem – e ele valia tão pouco, desencantei. Peguei meu coração e coloquei ele lá no topo de uma arvorezinha danada de alta, e vou te falar, nunca vi tanta gente disposta a escalar – homem adora um desafio. Pois bem, que vença o melhor!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

~* A vida sempre segue, sempre marca, sempre muda!

Parei de negar, de querer deixar o passado de lado e sofrer toda vez que me lembro dele e de você. Eu sou o que sou porque você é o que é, porque a gente foi o que foi, não tem pra onde fugir. Você, querendo ou não, faz parte de mim e de tudo o que eu me tornei, de tudo que eu mudei e joguei fora. Não vou mais choramingar pelos cantos reclamando e me arrependendo de ter te conhecido. Acredito que tudo que acontece, era pra acontecer, simples assim. Tudo na vida tem um propósito e o teu foi esse: me fazer crescer. Me fazer evoluir, amadurecer. Me fazer parar de ser a menina boba que acreditava em qualquer palavra bonitinha de qualquer um. Não acredito em mais nada, nem em ninguém. Prefiro assim, realismo puro, como deve ser. E não pense que vou te agradecer por isso, não fez mais que a sua obrigação, sejamos francos. Depois te tanta dor a recompensa tinha que valer a pena, e valeu. Pode passar o tempo que for, to consciente de que um pedaço teu vai estar sempre aqui, e aceito, sem pestanejar. Ficar fazendo força pra esquecer um passado que já faz parte de quem você é, é lembrar em dobro toda a dor que te fez mudar. Cansei de masoquismo, mudei porque foi necessário, porque você me mostrou que mudar era necessário e é isso. Você passou, deixou uma marquinha ali no canto e a vida seguiu. Sempre segue. Sempre marca. Sempre muda.

~* Por que não escrevo mais?

Me deparei com a pergunta: por que eu não escrevo mais? Não escrevo mais porque todos os meus textos são sobre você. E eu me cansei disso, digo: de você. Cansei de exaltar suas qualidades e até mesmo inventar algumas. Cansei de escrever sobre a falta que você me fazia e ainda faz, por mais que eu odeie admitir isso. Cansei de escrever pedindo desculpas e sobre sua falta de percepção. Eu preciso seguir com a vida, só que dessa vez, sem você. E pra que isso aconteça, eu preciso desatar esse nó que me prende a você. É por isso que eu não escrevo mais. Não escrevo porque você ficou no passado e infelizmente, o momento qual estou vivendo, se chama presente.

~* Combinamos que não era amor...

Combinamos que não era amor. Escapou ali um abraço no meio do escuro. Mas aquilo ali foi sono, não sei o que foi aquilo. Foi a inércia do amor que está no ar mas não necessariamente dentro de nós. A gente foi ao cinema, coisa que namorados fazem. Mas amigos fazem também, não? Somos amigos. Escapou ali um beijo na orelha e uma mão que quis esquentar a outra. Mas a gente correu pra fazer piadinha sexual disso, como sempre. Aí teve aquela cena também. De quando eu fui te dar tchau só com a manta branca e o cabelo todo bagunçado. E você olhou do elevador e perguntou: “Não to esquecendo nada?” E eu quis gritar: “Tá, tá esquecendo de mim”. E você depois perguntou: “Não tem nada meu aí?” E eu quis gritar: “Tem, tem eu”. Eu sempre fui sua. Eu já era sua mesmo antes de saber que você um dia não ia me querer. Mas a gente combinou que não era amor. Você abriu meu biscoito favorito, fuçou todas as minhas gavetas enquanto eu tomava banho e cheirou meu travesseiro pra tentar lembrar meu cheiro. Mas ainda assim, não somos íntimos. Nada disso. Só estamos aqui, reunidos nesse momento, porque temos duas coisas muito simples em comum: nada melhor pra fazer. Só isso é o que está no contrato. E eu assino embaixo. Melhor assim. Tô super bem com tudo isso. Nossa, nunca estive melhor. Mas não faz isso. Não me olha assim e diz que vai refazer o contrato. Não faz o mundo inteiro brilhar mais porque você é bobo. Não deixa eu assim, deslizando pelas paredes do chuveiro de tanto rir porque seu cabelo fica engraçado molhado. Não transforma assim o mundo em um lugar mais fácil e melhor de se viver. Não faz eu ser assim tão absurdamente feliz só porque eu tenho certeza absoluta que nenhum segundo ao seu lado é por acaso. Combinamos que não era amor e realmente não é. Mas esse algo que é, é realmente muito libertador. Porque quando você está aqui, ou até mesmo na sua ausência, o resto todo vira uma grande comédia. E aquele cara mais novo, aquele outro mais velho, e aquele outro da festa, todos aqueles outros viram formiguinhas e eu tenho vontade de ligar pra todos eles e falar: “Putz, cara, e você acha mesmo que eu gostei de você?”. Coitado. Adoro como o mundo fica quase, fica de mentira quando não é você. Porque esses coitados todos só serviram pra me lembrar o quão sagrado é não querer tomar banho depois. O quão sagrado é ser absurdamente feliz mesmo sabendo a dor que vem depois. O quão sagrado é ver pureza em tudo que você faz, ainda que você faça tudo sendo um grande safado. O quão sagrado é abrir mão de evoluir só porque andar pra trás é poder cruzar com você de novo. Não é amor não. É mais que isso, é mais que amor. Porque pra te amar mais, eu tenho que te amar menos. Porque pra morrer de amor por você, eu tive que não morrer. Porque pra ter você por perto um pouco, eu tive que não querer mais ter você por perto pra sempre. E eu soquei meu coração até ele diminuir. Só pra você não se assustar com o tamanho. E eu tive que me fantasiar de puta, só pra ter você aqui dentro sem medo. Medo de destruir mais uma vez esse amor tão santo, tão virgem. E eu vou me fantasiando de não amor. E eu vou rir quando você me contar das suas meninas, e eu vou continuar dizendo: “Boa balada, boa ideia, bonita cor, bonito sapato”. E eu vou continuar sendo só daqui pra fora. Porque no nosso contrato, tomamos cuidado em escrever com letras maiúsculas: não existe ninguém aqui dentro. Mas quando, de vez em quando, o seu ninguém colocar ali, meio sem querer, a mão no seu joelho, só pra me enganar que você é meu dono. Só pra enganar o cara da mesa ao lado que você é meu dono. Eu vou deixar. Vai que um dia você acredita.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

~* Eu estava certa...

Quando tá tudo indo bem, eu sempre tenho a sensação de que alguma coisa, no fundo, tá muito errada. Sei lá, é como se um relacionamento saudável fosse impossível no meio dessa merda toda, e quando eu não posso ver os erros, eu fico com essa certeza de que estou sendo enganada. E fico procurando, investigando, revirando o mundo pra encontrar os vacilos, mentiras, motivos pra terminar. Percebe a loucura? É como se ninguém pudesse me amar e ponto, de tanto colarem o adesivo de “trouxa” na minha testa, qualquer carinho me parece suspeito. Percebe a tortura? Fico oscilando entre confiar e desconfiar, querendo viver uma história leve e sempre me afundando nas minhas neuroses e cicatrizes. E homem nenhum aguenta isso, homem nenhum percorre meu labirinto até o fim. Mas como eu poderia me entregar, sem antes saber se posso ir inteira? Como posso confiar de novo, sem saber se vai ser realmente diferente? Quero alguém que rompa meus lacres, não que me lacre mais! E sigo estragando tudo, só pra não ficar pior depois. Quando eles finalmente se cansam e caem fora porque eu sou louca de pedra, eu fico satisfeita. Volto pra fossa por um tempo, sem mistérios, já conheço bem o lugar e a porta de saída. E penso, “Viu, sabia que eu estava certa”.

~* Vício de Amor

Viciada. Era isso, no mesmo estado de qualquer dependente químico, que faz o que for preciso pra sentir o efeito da droga mais uma vez. E tem crise de abstinência, alarmes falsos de cura, recebe ajuda e não quer, “tô bem, posso controlar, eu juro”. Mas não posso. Aliás, não como qualquer um, eu já sou de um estado avançado. A doce sensação só por uma última vez, que nunca é a última de verdade. Só que a minha droga é o amor. E como se reabilita de um coração compulsivo? Acho que não se reabilita, se rende. Foi o que eu fiz. Porque o embrulho no estômago de uma partida me parece mais saudável, confortável e familiar do que um estômago vazio. Odeio vazios. Por isso transbordo e quase sempre afogo quem não sabe nadar. Que se dane, falha deles, falha de toda uma cultura que acha que “é melhor pecar por falta, do que por excesso”. Odeio faltas. E a gente nasce programada a preferir vazios a qualquer sensação estranha ou que não seja muito cômoda. Bando de covarde. Foi por isso que me viciei. A minha droga se tornou ilegal, não é bem aceita, é pouco procurada e alvo de olhares tortos, dedos apontados, julgamentos. Mas já era, viciei. Não consegui viver de doses homeopáticas, porque só ela me livra de toda uma sociedade, de todas as histórias mal vividas, da loucura da vida, de mim. Só assim eu me derramo pelo mundo, marco fundo, alcanço o céu e sou livre, enfim. E todas as vezes de desespero, que me injetei desapego, nunca expulsaram todo esse amor de mim.

sexta-feira, 22 de março de 2013

~* Isso não é sobre você...

Ia escrever sobre você de novo. Desisti. Tenho perdido muito tempo com você, tenho perdido todo o meu tempo com você. Me perdi em você, perdi você, agora me perco por você. Perco todo o meu tempo com você. Às vezes perco todo o meu tempo perguntando se isso é perda de tempo. Será que você perde o seu tempo comigo? Isso não é sobre você. Isso é sobre eu tentando pensar em outras coisas.

~* Hoje não!

Eu não sou o melhor pra você certo? E sabemos que você também não é o melhor pra mim não é? Cada um pro seu lado combinados? Caramba, estamos bem mais crescidos e maduros, legal né? E como dizem: “Foi bom enquanto durou”. Então é isso, até logo, dois beijinhos no rosto, desce pro pescoço, um sorriso malicioso... Fugiu do controle. Só mais umas horas, só mais umas noites, mais uma vida. Fazer o que? A gente tenta se desamar outro dia né? Hoje não!

~* O quase que virou nada.

Juro que pensei que era amado. Que fazia falta, que causava saudade, que amenizava a dor. Pensei que era importante para você, sabia? E quase acreditei nisso, quase mesmo. Faltou pouco. Você foi o meu quase. O meu quase amor, a minha quase certeza, a minha quase felicidade. Mas eu não vivo de “quase”, e você também não. A diferença é que eu lutei para o quase, virar tudo. E você fez o quase, se tornar nada.

terça-feira, 5 de março de 2013

~* Rótulos de compromisso!

Eu te amo. É isso. Posso ser forte por um ano inteirinho, mas sempre tem uma recaída, uma ligação pra me derreter. Porque eu te amo. É simples. E talvez te ame por toda minha vida, com mais um milhão de fins e dois milhões de “vem me ver, saudades”. Não fomos feitos pra ficar juntos, mas pra durar. E qual dessas opções é a mais bonita? Vai saber. Só sei que ainda é tudo seu. Mesmo quando estou com outro. Mesmo quando eu estou sozinha. Você foi feito pra ser meu castigo e meu presente. Uma hora um fardo nas minhas costas, que mal consigo suportar. Na outra vira asas pra eu voar por todo céu. “Nunca mais te procuro!”, e quem consegue deixar tudo isso morrer? Mais um mês com você e mais sem você impossível. Sua vida, minha vida, tudo é tão maior e esmaga nossa história. Ou nossa história é tão grande que sobrevive a tudo, até às nossas vidas, a distância, essa saudade monstruosa. A falta que já não faz falta, virou costume. Mas ainda grita, mesmo que rouca. Questão de ponto de vista, talvez. Meu ponto é o final, nossos pontos reticências. Sou só sua e nunca fui. Mas a gente não precisa fazer sentido, nunca precisou. A gente só precisa ser a gente e aprender, um com o outro, que pra ser amor não precisa de rótulo de compromisso ou prazo de validade, só precisa ser.

~* Concentrada para não tombar!

Eu sei que eu posso muitas coisas sem você, e eu sei que, se eu tomar um banho quente e comprar uma roupa nova, talvez eu possa querer uma coisa que seja, só uma, sem você. Nada muda no mundo quando você não caminha ao meu lado, as pessoas quase não percebem que falta metade do meu corpo e que eu não posso ser muito simpática porque toda a minha energia está concentrada para eu não tombar.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

~* Preto no branco

Eu sempre cuidei, de coração aberto, de cada amor que passou pela minha vida. Mas acontece que agora, eu que tô precisando de cuidados. É irônico, é pesado, mas de alguma forma, é leve também. Ando cansada e com preguiça de conhecer pessoas que vão embora, amanhã ou mais tarde. Ando sem paciência de me acostumar e me adaptar a essa gente que chega sem fazer meu mundo tremer. Ando me arrastando. E a loucura é que isso é muito difícil pra mim, que sempre fui amor e tentativas, mas ao mesmo tempo, as coisas tem sido bem mais fáceis. Eu, minhas coisas, meus problemas, minhas soluções. E ser sozinha tem sido cômodo, porque eu penso por mim e por mais ninguém. Troquei os babados cor-de-rosa por tudo preto no branco e pouca coisa já não mais me afeta. De tanto curar, terminei sangrando. Então se me vê por aí, não joga suas dores no meu colo, porque eu não tenho mais forças pra segurar. Me oferece o seu, pra variar. É só uma fase, eu sei, mas enquanto não passa, deixa assim, deixa eu descansar.

~* Dependente de química...

Existem dependentes químicos e eu, que sou dependente de química. Sim, química, pele, de ficar sem chão, sem fala, desconcertada na presença da pessoa que tá ali, comigo. E isso é um problema, porque eu posso conhecer o cara mais perfeito do mundo, que se ele não fizer cada poro do meu corpo implorar por ele, não adianta, eu não permaneço. E acabo indo embora, mais uma vez, do cara maravilhoso, que faria tudo por mim. Menos tirar meu ar, que é justamente tudo que eu preciso. Eu queria poder fazer diferente, queria demais. Ouvir minhas amigas e parar com o carinha gente boa, namorado-ideal, pra ter um relacionamento estável, uma vida estável, me acostumar com ele, aprender a admirar e chamar, equivocadamente, tudo isso de amor. Só que estabilidade não combina comigo, muita água parada e a minha essência é tempestade. Eu não controlo isso, isso que me controla. Eu acho ótimo e simples quem consegue "parar" assim, mas meu instinto é seguir em frente e a minha ideia de amor é frio na barriga, pensamento monopolizado, corpo em febre. Tranquilo, não monótono. Escolha, não obrigação. Não querer estar com mais ninguém no mundo, porque de alguma forma louca, você precisa estar ali, deitada no peito dele. Então não tenta me vender seus planos de relacionamento estável e compra os meus, de relacionamento feliz.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

~* Tudo Passa...

Agora não dá mesmo pra ser feliz, é impossível. Mas quem disse que a gente precisa ser sempre feliz? Isso é bobagem. Como Vinícius cantou “é melhor viver do que ser feliz”. Porque, pra viver de verdade, a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, dói demais. Mas passa. Está vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou falando a verdade. Eu não minto. Vai passar.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

~* Borboletas na barriga

Não entendo nada de física, nem de escalas temporais. Minha história é outra. Acredito que uma pequena escolha na vida pode mudar muita coisa lá na frente. A dimensão de tal fato? Não sei medir. Mas, por via das dúvidas, me asseguro: acalmo as borboletas que voam na minha barriga e exijo-lhes ordem. Afinal, nunca se sabe o temporal que somos capazes de criar.

~* Triste é não sentir nada...

...qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora. Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento. Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida. Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada.

~* Só quero alguém...

Eu só quero isso. Alguém que chegue, me faça rir, permaneça. Que dispute comigo no final do dia, quem ama mais. Eu só quero isso, um pouquinho de amor, de carinho. Quero alguém que fique, por mais difícil que esteja. Um sol, pra me fazer de Terra, e girar em torno. Para me iluminar, por mais que a escuridão aparente não ir embora. Alguém, para rir das piadas mais estúpidas do mundo. Quero alguém, que exista apenas em mim, quero existir em alguém. Ser o mundo de alguém. Quero alguém que, no final de um diálogo, diga tchau, pelo menos umas 5 vezes, e depois de tudo, apenas, esqueça de ir embora.