segunda-feira, 25 de agosto de 2014

~* Aquela cheia de contradições

Eu já quis fazer um milhão de coisas ao mesmo tempo até entender que é preciso dar um passo por vez. Já tentei criar atalhos e pular etapas até perceber que o caos é que decididamente nos transforma. Eu já fiz do meu travesseiro o meu melhor confidente. Aprendi que as dores que cabem devem ser sentidas até o fim e que o mundo ali fora não precisa conhecer os olhos inchados ou o tanto de medos que carrego dentro do bolso junto comigo. Eu já andei na linha, fiz malabares e aprendi que bonito mesmo é se permitir. Não importa qual o caminho a ser traçado, desde que haja disposição para viver e lidar com as consequências. Eu já disse sim precisando dizer não e já disse não querendo dizer sim. Já me despedi antes de encerrar a história e já prorroguei o final por medo de dizer adeus. Sou contraditória eu sei, mas sou humana. Me arrisco todos os dias por um sorriso sincero que enfeite a minha face. Não sei viver de faz de conta. Ou eu sinto as mãos suarem ou não sinto nada.

~* Dias Cinzas...

Hoje amanheci cinza e decidi não colocar cor. Assumi o preto no branco. Coração tem precisado de tempo, de espaço, de pontos e vírgulas. Ando deixando pra lá a tristeza, tenho adiado o silêncio necessário. Não é todo dia que estou disposta a cutucar o que me dói. Na verdade me falta vontade de doer tudo que preciso. Me faço de forte, crio muro de granito, desconverso quando o calo aperta. Às vezes não gosto de estar vulnerável ao sentir. Vou vivendo um dia de cada vez, construo pontes, ensaio rotas alternativas e quando tudo sufoca crio atalhos pra felicidade. Pinto o dia com o azul calmaria e o verde tracejado em esperança. Alimento os bons pensamentos e sonho alto outra vez. Mas tem dias que não dá. Preciso sossegar. Aquietar e abraçar as minhas dores e limitações. Acentuo o que preciso acentuar e silencio. Me refugio. Para que tudo se ajeite sem muita prorrogação. Não fujo dos dias cinzas. Eles me equilibram.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

~* Um momento de calmaria!

Não tô vivendo um dos momentos mais fáceis da minha vida e o meu reflexo é me isolar. Não ao extremo de ficar trancada no quarto, mas programas leves com amigas muito próximas é o máximo que o meu corpo tem pedido ultimamente. Preguiça de socializar, rir pra parecer simpática, disfarçar a vontade constante de ir embora. Ando sem paciência até para as redes sociais, só queria deitar e esperar o mar ficar mais calmo. Não posso me dar a esse luxo de pausar a vida, tudo bem. É um processo tão interno, que eu nem estaria escrevendo esse texto se não fosse você no meio do caminho. Você que não é pedra, então foge imediatamente do perfil que eu costumo encontrar. Você que faz com que eu queira me isolar a dois e pense que as coisas não andam tão ruins. Eu queria um jeito de bloquear os flashes da sua mão esquecida na minha coxa ou as lembranças em câmera lenta da sua risada gostosa. Porque, ter tanta saudade de algo tão recém-nascido me assusta e me parece algum tipo de aborto. Eu ouço sirenes soando e vejo uma faixa amarela em volta, sem saber se anuncia salvação ou perdição. E acho que, na verdade, não quero saber. É bom e basta. Não é assim? Tô quietinha, sem complicar, sem esperar, sem me desesperar calculando o fim. Todo e qualquer alarme é sufocado pelos suspiros de paz a cada mensagem e eu aceito a condição do risco, por todos esses sorrisos impossíveis que você arranca de mim.